O mundo é colorido,
a vida é cor-de-rosa.
Não sei por quê os homens
Insistem em tingi-la de negro,
de nuances desagradáveis,
fantasias e ilusões
de que tudo está perdido,
quando, na verdade, pouco foi encontrado.
87
terça-feira, 30 de março de 2010
terça-feira, 23 de março de 2010
Momentos
De repente me senti velha,
cansada de pisar sonhos,
vasculhar esperanças e desejos.
Me senti velha,
pisada por fatos negativos,
derrubada por sonhos frustrados.
De repente me senti velha,
enrrugada por anseios irrealizados,
esclerosada por medos tolos
que me impediam de voar
por vales e montanhas,
acima e além das nuvens.
Me senti velha,
reumatizada por burrices
que fiz ao longo da vida
mas que foram necessárias
para que eu aprendesse algo.
De repente me senti velha
sem algo, um motivo
que me animasse a viver,
a desejar, a lutar, a querer.
Me senti velha
e olhei dentro de mim:
vi um pequeno sonho
a ser realizado,
por quem ainda lutar.
De repente me senti velha,
mas só de repente.
14/11/88
cansada de pisar sonhos,
vasculhar esperanças e desejos.
Me senti velha,
pisada por fatos negativos,
derrubada por sonhos frustrados.
De repente me senti velha,
enrrugada por anseios irrealizados,
esclerosada por medos tolos
que me impediam de voar
por vales e montanhas,
acima e além das nuvens.
Me senti velha,
reumatizada por burrices
que fiz ao longo da vida
mas que foram necessárias
para que eu aprendesse algo.
De repente me senti velha
sem algo, um motivo
que me animasse a viver,
a desejar, a lutar, a querer.
Me senti velha
e olhei dentro de mim:
vi um pequeno sonho
a ser realizado,
por quem ainda lutar.
De repente me senti velha,
mas só de repente.
14/11/88
Teu Momento
De repente uma luz cintila.
Estrela que se apaga?
Ou astro que muda de lugar?
Não sei.
Só sei que a luz iluminou,
por breve momento,
almas, mentes, espíritos.
Simples passagem
ou presença que marcou?
Só o íntimo de cada um pode dizer.
O sorriso amigo,
a palavra de compreensão,
o gesto de aceitação.
Uma porta que se fecha?
Ou início de caminho aberto?
A presença, a luz
derramada em embriões
de um futuro amanhã.
O que fica?
A certeza de que não foi em vão,
que não foi sutil passagem.
Algo marcou
e ficará...
28/04/89
Estrela que se apaga?
Ou astro que muda de lugar?
Não sei.
Só sei que a luz iluminou,
por breve momento,
almas, mentes, espíritos.
Simples passagem
ou presença que marcou?
Só o íntimo de cada um pode dizer.
O sorriso amigo,
a palavra de compreensão,
o gesto de aceitação.
Uma porta que se fecha?
Ou início de caminho aberto?
A presença, a luz
derramada em embriões
de um futuro amanhã.
O que fica?
A certeza de que não foi em vão,
que não foi sutil passagem.
Algo marcou
e ficará...
28/04/89
quarta-feira, 17 de março de 2010
Farsa dos Excluídos
Teve início este mês a campanha de vacinação em prevenção ao vírus da famigerada Gripe Suína–H1N1, limitada a apenas algumas categorias profissionais ou faixas etárias populacional. Diante da grita geral dos que foram colocados do lado de fora da lista dos beneficiados, o Ministro da Saúde, Temporão, veio a público esclarecer algumas questões. Disse ainda que a vacina estará disponível nas clínicas particulares para os demais que não se encaixem nos quesitos do Ministério da Saúde.
Tudo muito bom, tudo muito bem. Vamos a alguns fatos: primeiro, temos alguns profissionais locados no Ministério da Saúde que decidem quem deve viver e quem deve morrer em caso de uma epidemia grave da referida gripe. Carrascos modernos, aplicam a seu bel prazer a pena de morte, a título de justificar que os escolhidos para receberem a vacina compõem uma parcela sob maior risco. Talvez supondo que todos nós, os deixados de fora, fôssemos imunes naturalmente ao tal vírus ou não merecêssemos ser imunizados por havermos cometidos o grave crime de não nos encaixarmos nem como profissionais de saúde e nem como integrante dos outros quesitos. Segundo: na visão do Ministro, os brasileiros excluídos de sua seleta lista são todos aqueles pertencentes às classes sociais mais abastadas, pois poderão pagar pela vacina em clínicas particulares. Não há entre estes excluídos pobres, assalariados ou desempregados.
Que país é este que escolhe quem merece viver e quem merece morrer?? Oras bolas, se se sabia que a gripe voltaria em novo surto este ano, que nossos dirigentes da área da saúde se preparassem para fazer mais. Que se separassem recursos para a compra. Recursos financeiros para adquirir o medicamento?? Há aos montes para rechear cuecas, para pagar funcionários fantasmas, para pagar propinas, para serem desviados dos mais variados projetos. Impossível que não os haja para socorrer necessidades da saúde. É, mas segundo nossos mandantes, não há.
Enquanto isto, continuamos no mundo dos excluídos...
Tudo muito bom, tudo muito bem. Vamos a alguns fatos: primeiro, temos alguns profissionais locados no Ministério da Saúde que decidem quem deve viver e quem deve morrer em caso de uma epidemia grave da referida gripe. Carrascos modernos, aplicam a seu bel prazer a pena de morte, a título de justificar que os escolhidos para receberem a vacina compõem uma parcela sob maior risco. Talvez supondo que todos nós, os deixados de fora, fôssemos imunes naturalmente ao tal vírus ou não merecêssemos ser imunizados por havermos cometidos o grave crime de não nos encaixarmos nem como profissionais de saúde e nem como integrante dos outros quesitos. Segundo: na visão do Ministro, os brasileiros excluídos de sua seleta lista são todos aqueles pertencentes às classes sociais mais abastadas, pois poderão pagar pela vacina em clínicas particulares. Não há entre estes excluídos pobres, assalariados ou desempregados.
Que país é este que escolhe quem merece viver e quem merece morrer?? Oras bolas, se se sabia que a gripe voltaria em novo surto este ano, que nossos dirigentes da área da saúde se preparassem para fazer mais. Que se separassem recursos para a compra. Recursos financeiros para adquirir o medicamento?? Há aos montes para rechear cuecas, para pagar funcionários fantasmas, para pagar propinas, para serem desviados dos mais variados projetos. Impossível que não os haja para socorrer necessidades da saúde. É, mas segundo nossos mandantes, não há.
Enquanto isto, continuamos no mundo dos excluídos...
terça-feira, 9 de março de 2010
Um Mundo Sem Mulheres
Hoje quero imaginar um mundo sem mulheres. Afinal para quê existem estes seres?? Durante muito tempo foram relegadas a segundo plano na vida e na sociedade. Aliás, segundo plano é metáfora. Eram relegadas a “nada”. Sem direito algum.
Sendo assim, para quê existir este tipo de ser na face da Terra?? O mundo seria maravilhoso sem elas. Afinal, pense comigo: não haveria gravidez e isto seria ótimo. Imagine aqueles seres com uma barriga enorme, com um serzinho desconhecido lá dentro, que se mexe sem parar. Uma coisa feia demais!! Imagine uma mãe com um neném recém-nascido nos braços!! Uma aberração esta mulher toda sorridente e parecendo o ser mais feliz do planeta. Não dá. Depois vem mais uma inúmera lista de inutilidades deste ser: uma criança cai, esfola o joelho e quem vem toda cheia de carinho, curar com um beijo aquele ferimento?? A mulher. O despertador toca e um homem levanta para ir trabalhar. Quem se levantou antes e preparou o café para ele? O mesmo ser, a mulher. Hora do almoço e este mesmo homem chega em casa com muita fome. Quem já preparou seu almoço quentinho? Adivinha: a mulher. Final da tarde, o homem cansado do trabalho de mais um dia, chega em casa e quer descanso e comida para saciar sua fome outra vez. Quem prepara a janta?? Pois é. E também tem as roupas e calçados limpinhos que o homem usa a cada dia, as toalhas cheirosas com que ele se enxuga. Tudo produto de quem? Deste ser inútil. Nada disto faz falta. E tem mais: um filho adolescente ou mesmo já bem crescidinho encontra carinho e consolo para seus medos, anseios e inseguranças onde? Nos braços e no colo deste ser desnecessário chamado mãe. Uma criança chora sem parar e nada a consola. Apenas um ser consegue. É, o mesmo já citado. Tudo coisas desnecessárias, sem as quais o mundo seguiria seu rumo lépido e fagueiro.
Brincadeiras à parte, a mulher é extremamente necessária ao bom andamento de nosso mundo. Criada da costela para ocupar seu lugar ao lado do homem, tem ela em suas mãos o divino milagre de gerar a vida. Por si só este já seria um motivo único e necessário para provar a importância da mulher na continuidade da vida.
Sendo assim, para quê existir este tipo de ser na face da Terra?? O mundo seria maravilhoso sem elas. Afinal, pense comigo: não haveria gravidez e isto seria ótimo. Imagine aqueles seres com uma barriga enorme, com um serzinho desconhecido lá dentro, que se mexe sem parar. Uma coisa feia demais!! Imagine uma mãe com um neném recém-nascido nos braços!! Uma aberração esta mulher toda sorridente e parecendo o ser mais feliz do planeta. Não dá. Depois vem mais uma inúmera lista de inutilidades deste ser: uma criança cai, esfola o joelho e quem vem toda cheia de carinho, curar com um beijo aquele ferimento?? A mulher. O despertador toca e um homem levanta para ir trabalhar. Quem se levantou antes e preparou o café para ele? O mesmo ser, a mulher. Hora do almoço e este mesmo homem chega em casa com muita fome. Quem já preparou seu almoço quentinho? Adivinha: a mulher. Final da tarde, o homem cansado do trabalho de mais um dia, chega em casa e quer descanso e comida para saciar sua fome outra vez. Quem prepara a janta?? Pois é. E também tem as roupas e calçados limpinhos que o homem usa a cada dia, as toalhas cheirosas com que ele se enxuga. Tudo produto de quem? Deste ser inútil. Nada disto faz falta. E tem mais: um filho adolescente ou mesmo já bem crescidinho encontra carinho e consolo para seus medos, anseios e inseguranças onde? Nos braços e no colo deste ser desnecessário chamado mãe. Uma criança chora sem parar e nada a consola. Apenas um ser consegue. É, o mesmo já citado. Tudo coisas desnecessárias, sem as quais o mundo seguiria seu rumo lépido e fagueiro.
Brincadeiras à parte, a mulher é extremamente necessária ao bom andamento de nosso mundo. Criada da costela para ocupar seu lugar ao lado do homem, tem ela em suas mãos o divino milagre de gerar a vida. Por si só este já seria um motivo único e necessário para provar a importância da mulher na continuidade da vida.
quinta-feira, 4 de março de 2010
VISÃO VICIADA
Investe contra mim o leão domado
não me morde, estou dopado.
Um leopardo investe, abre a goela,
súbito vira uma mancha amarela.
As pessoas andam numa rua sem fim,
por mais que andem estão sempre junto a mim.
Há água na rua brilhando ao farol,
um carro passa, espirra ao rol.
Há um enorme cão, late alto
lentamente vira um buraco no asfalto.
Os prédios ao redor são escuros, enormes,
agora são bocas a gritar de fome.
As árvores voam, nuvens sorriem alegres,
incrível: um mar e uma lebre!
Há manchas verdes, azuis, lilases,
viram pássaros e fogem fulgazes.
A paisagem respira serena,
dá sensação de paz e alegria plena.
Olho o infinito e nada vejo,
fico contemplando, nasce e desejo:
quero lançar-me num vôo alto.
Vôo, bato contra uma rocha quebra-cabeça
antes que no mar de todo desapareça.
23.04.85
não me morde, estou dopado.
Um leopardo investe, abre a goela,
súbito vira uma mancha amarela.
As pessoas andam numa rua sem fim,
por mais que andem estão sempre junto a mim.
Há água na rua brilhando ao farol,
um carro passa, espirra ao rol.
Há um enorme cão, late alto
lentamente vira um buraco no asfalto.
Os prédios ao redor são escuros, enormes,
agora são bocas a gritar de fome.
As árvores voam, nuvens sorriem alegres,
incrível: um mar e uma lebre!
Há manchas verdes, azuis, lilases,
viram pássaros e fogem fulgazes.
A paisagem respira serena,
dá sensação de paz e alegria plena.
Olho o infinito e nada vejo,
fico contemplando, nasce e desejo:
quero lançar-me num vôo alto.
Vôo, bato contra uma rocha quebra-cabeça
antes que no mar de todo desapareça.
23.04.85
LIRA I
A tarde é mãe carinhosa
chamando seus filhos ao sono.
No ar um leve odor de rosa,
a sensação do mundo é de abandono.
Abandono desse sol que desce
além, no horizonte encarnado.
Toda tristeza no peito esmorece
perante tal espetáculo apresentado.
O mundo sussurra: é noite!
O ar parece adormecer,
o crepúsculo é um doce açoite.
Incita os homens a crer:
amanhã será um novo dia, acredite,
temos todo tempo para vencer.
20.04.85
chamando seus filhos ao sono.
No ar um leve odor de rosa,
a sensação do mundo é de abandono.
Abandono desse sol que desce
além, no horizonte encarnado.
Toda tristeza no peito esmorece
perante tal espetáculo apresentado.
O mundo sussurra: é noite!
O ar parece adormecer,
o crepúsculo é um doce açoite.
Incita os homens a crer:
amanhã será um novo dia, acredite,
temos todo tempo para vencer.
20.04.85
Assinar:
Postagens (Atom)